Mulheres buscam mais
interação e reconhecimento profissional.
O rádio é o meio mais instigante dos meios de comunicação. Através dele
é possível criar, elaborar bons textos, trabalhar a locução e atuar no
imaginário do ouvinte.A mulher necessita buscar cada vez mais conhecimento e
apropriação.Afinal elas possuem espaço no meio, mas para se manterem é preciso
muita dedicação.
Em entrevista com a radialista Diana Rogers (Rádio Tupy), ela conta
sobre como iniciou sua carreira no meio radiofônico. “Confesso que entrei no
rádio pela paixão em me comunicar com outros. Sempre fui muito falante. O rádio
ainda era uma novidade para mim. Não sou daquelas que desde criança escuta
rádio e sonha em ter um programa. O despertar dessa paixão pelo rádio surgiu no
meu primeiro dia de trabalho. O imediatismo, a facilidade em dar uma notícia,
nossa, isso me fascinou! Eu nem precisava ajeitar o cabelo, bastava estar com a
voz afiada que estava tudo certo”.
Muitas estudantes buscam mulheres que já atuam na área para obter
informações sobre a profissão.
A radialista Samira Chahine que atua na rádio Mundial,
diz que o amor pelo rádio é um sentimento praticamente nato. Quando se tem
afinidade com o rádio, isso já é sentido antes mesmo de entrar na faculdade. Há
mulheres que vão direto para o rádio.
- ·
As dificuldades no meio radiofônico
A dificuldade que se encontra no início de
carreira é exatamente a falta de conhecimento do mercado de trabalho e
experiência. Segundo Samira o obstáculo que existe para as mulheres é o mesmo
que os homens enfrentam. Porém, ela nota no mercado em que atua com estagiários,
que as mulheres estão muito mais interessadas, demostrando mais criatividade e
iniciativa do que os homens.
Visando a profissão no rádio, o machismo ainda
impera. Principalmente se for falar de comunicadores. A grande maioria é do
sexo masculino. As mulheres deveriam se dedicar mais para entrar no meio
radiofônico, principalmente visando à bancada (apresentação de programa). Quase
todos os programas são comandados por homens. Talvez porque muitas mulheres
ainda não tenham coragem de arriscar. “Não se esqueçam que a maioria dos homens
aprendeu a falar como uma mulher, o poder da comunicação independe do
sexo”,comenta Diana.
No caso da radialista Samira, ela não sofreu
nenhum tipo de preconceito por ser mulher. Diz que este é um mercado em que
homens e mulheres atuam em harmonia: “ O que noto é que muitas vezes temos que
entender o universo masculino e vice-versa porque as opiniões podem divergir em
relação a alguns temas, mas tudo bem ajustado. Nunca notei preconceitos em
nenhuma das empresas por onde passei. ”
Com o surgimento das novas emissoras online, é
possível uma mudança. O público da Web é diferente do público rádio de pilha. O
rádio online é um futuro promissor, embora o tradicional ainda seja ouvido por
donas de casa que estão cozinhando, taxistas, camelôs, motoristas de ônibus
etc. É preciso também olhar para as outras mídias que dominam hoje no mercado.
- ·
Referências de mulheres
Samira destaca alguns nomes como a Tatiana Vasconcelos (negociada pela CBN
após anos de Band News- eleita por inúmeras vezes como a melhor âncora feminina
do rádio) e a Vanessa Di Servo, que de repórter foi para apresentadora de
jornal e atualmente se dedica a um programa diário de variedades na Rádio
Globo, destaca também a Rosana Jatobá (Rádio Globo), que fez um caminho
inverso, partindo da TV e migrando para o rádio em programa semanal.
Diana afirma ter uma repórter que admira muito e que teve a oportunidade
de trabalhar na CBN, é a Ermelinda Rita: “Gosto muito do jeito que ela fala,
seu texto é objetivo e intimista, se aproxima bastante do ouvinte. “E o rádio é
isso, o melhor amigo do ouvinte”,completa.